sábado, 6 de junho de 2015

Relações Químicas

Na química, aprendemos que ligações iônicas são aquelas onde se une metal e ametal a partir da tendência a doação de elétrons pelo primeiro - que os possui em menor quantidade - e a tendência ao recebimento de elétrons pelo segundo - que os possui em maior quantidade. Difícil visualizar essa relação de forma prática? Eu diria que não.

Se você imaginar uma relação onde o indivíduo mais indefeso, posto como inferior, é sempre aquele que, ainda que seja o que mais passa certa necessidade, acaba por perder o pouco que tem em razão de um outro considerado superior para que esse alcance seu objetivo, voilà, ligação iônica. Para ser mais precisa, qualquer relação onde haja "superior" e "inferior" é uma da espécie. Um relacionamento no qual a mulher se submete às necessidades e desejos do homem, um outro no qual o homem bloqueia sua sensibilidade para se encaixar no seu meio de "machões", um outro no qual uma personalidade ou natureza é oprimida por não ser aceita como forte ou apropriada, e assim por diante. Qualquer relação baseada na diminuição de um para o crescimento de outro é iônica.


Na química, aprendemos também que as chamadas ligações covalentes se caracterizam pelo compartilhamento de elétrons, onde ambos os elementos envolvidos precisam de uma determinada carga para que fiquem completos e então utilizam os elétrons em sociedade.

E não é esse o verdadeiro intuito que a sociedade deveria ter? Compartilhar? E quando digo compartilhar, não é vomitar opiniões sem fundamento em redes sociais, mas sim dividir conhecimento, experiências, sentimentos, risadas, choros, ideias. É unir dois corpos de composições distintas para algo maior que esses seriam por si próprios. Expôr visões meramente por expôr visões, para dizer "olha, eu acho assim, me respeita", é anunciar a aceitação de ver o mundo dum modo incompleto. Provavelmente estamos aqui, condicionados a aturar uns aos outros, por algum motivo. Talvez sejamos tão diferentes justamente para que juntos possamos analisar o nosso meio de forma mais abrangente. Ou não. Você pode ser contra tudo isso que eu acabei de dizer, mas essa divergência de opiniões ainda será o ponto fundamental para a troca de interpretações e o enriquecimento mútuo.

Em relações onde existe a cooperação, o doar-se recíproco e o respeito, apesar da subjetividade no modo de encarar as coisas, é mais fácil alcançar um objetivo comum que possa agradar e respeitar a posição de cada um. É como ter uma mesa repleta com os mais variados pratos de comida e todo mundo ajuda a encher a mesa com o que considera gostoso, depois cada um come aquilo que prefere e ninguém obriga ou proíbe ninguém de comer certo alimento, podendo provar algo novo aqui, misturar doce com salgado ali, dividir um lanchinho...o que o fizer feliz e não atrapalhar o outro.
Então temos os gases nobres, completos por si só. Eles já têm os oito elétrons que precisam ali com eles. E quando as pessoas lhes perguntam "e os(as) namoradinhos (as)?", eles são obrigados a repetirem aquele velho discurso de que estão muito bem sozinhos...pobres gases nobres, ninguém nunca acredita neles. Mas eles estão sendo sinceros, pode checar na Tabela Periódica.

P.S.: Uma aula de química? Um estudo das relações humanas? Uma exposição artística de obras feitas no Paint? Uma completa viagem? Fica aí pra se pensar...
Laryssa

Nenhum comentário:

Postar um comentário